LIVRO+CURSO: Sonhos intranquilos de autonomia no design
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Uma série de atividades para pensar a relação do design, trabalho, tecnologia e capitalismo a partir do livro Automação e autonomia: dois ensaios sobre design, de J. Dakota Brown
Nos últimos anos, temos testemunhado mudanças vertiginosas na profissão. Se por um lado, os avanços tecnológicos expandiram as possibilidades do campo, tornando os designers os “intelectuais do futuro”, a discussão sobre condições de trabalho, a impotência do design e a natureza do capitalismo tornaram-se cada vez mais inevitáveis.
Partindo da leitura de Automação e autonomia: dois ensaios sobre design, escrito por J. Dakota Brown, vamos examinar a história do design e da tipografia para além do cânone tradicional, a partir da perspectiva do trabalho. Este curso-debate é uma provocação: como podemos desenvolver uma consciência crítica das forças sociais e materiais que moldam (e deformam) nossa atuação profissional? Qual o significado de designers gráficos se situarem dentro da história do trabalho?
COMO VAI FUNCIONAR?
O mini-curso é 100% online e terá duas aulas-debates e uma palestra exclusiva ao vivo.
Serão duas aulas-debate, com participação de Rafael Bessa e Eduardo Souza e mediação da designer e editora do Clube, Tereza Bettinardi. O mini-curso também contará com uma palestra ao vivo com Walter Lippold, professor de história e pesquisador sobre Inteligência Artificial e Colonialismo Digital. Uma oportunidade imperdível para aprofundar conhecimentos e atualizar o debate sobre a relação entre design, tecnologia e capitalismo.
O conteúdo gravado será liberado a partir do dia 25 de junho de 2024 e estará disponível até 31 de dezembro de 2025. A palestra ao vivo será disponibilizada on-line posteriormente. Será emitido certificado digital de participação.
PROGRAMAÇÃO
25 de junho
AULA-DEBATE: Design e a vingança do capitalismo com Rafael Bessa
2 de julho
AULA-DEBATE: Design e a divisão do trabalho com Eduardo Souza
9 de julho, às 20h
PALESTRA ONLINE: O fetiche da tecnologia e o colonialismo digital com Walter Lippold
Nesta palestra, vamos iniciar a partir da relação entre o conceito de fetichismo da mercadoria e o fetichismo tecnológico, destacando como a tecnologia se encontra dentro da luta de classes. A partir da leitura de Automação e autonomia: dois ensaios sobre design, escrito por J. Dakota Brown em que o trabalho de design é dissecado sob uma ótica material ou intelectual, fica a pergunta: como devemos definir "o designer"?
CARGA HORÁRIA: 2h/aula [6h/total]
PARA QUEM É ESTE CURSO?
O curso é voltado para pessoas interessadas em história do design, tipografia e política e profissionais criativos que buscam refletir sobre os desafios atuais da profissão frente às novas tecnologias.
CONHEÇA OS PROFESSORES
Eduardo Souza é designer e docente no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE, Recife) onde também coordena o projeto de extensão Gráfica-Escola, em que reapropria o maquinário de tecnologias de impressão, como tipos móveis de metal, para auxiliar na formação teórico-prática dos bolsistas e da comunidade. É doutor em design pela Universidade Federal de Pernambuco, em que pesquisou práticas de educação emancipadora junto aos estudantes, a fim de antagonizar com a educação neoliberal. Também foi graduado e mestre pela mesma instituição; no mestrado, investigou o estranhamento nos livros ilustrados, delineando as articulações entre texto e imagem para a experiência estética. É editor e colaborador da coluna Chão de Fábrica da Revista Recorte, em que discute condições de trabalho no design brasileiro, além de aspectos sociais e teóricos da prática profissional. Traduziu o livro Emprecariado: Todo mundo é empreendedor, ninguém está a salvo (2022) publicado pela Clube do Livro do Design.
Rafael Bessa é designer com foco em identidade visual, projetos digitais e direção de arte. Atualmente trabalha como Senior Designer na BUCK em Nova Iorque. Trabalhou em agências digitais e estúdios de design como R/GA, Work & Co e Aruliden. Criador do projeto 148 Designers Respondem, co-host no podcast Diagrama, editor convidado na Revista Recorte e colunista no Design Ativista, palestrou em universidades e eventos como o World Interaction Design Day (IxDD) e recentemente colaborou com o Clube do Livro do Design no Zine Emprecariado. Também é militante no Coletivo Negro Minervino de Oliveira.
Walter Lippold é doutor em História pela UFRGS e editor da Proprietas. É pesquisador FAPERJ do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT Proprietas)da Universidade Federal Fluminense e do Núcleo Reflexos de Palmares da Universidade Federal de São Paulo. Membro do Grupo de Pesquisa História, Memória e Luta de Classes da Universidade Federal Fluminense, coordenando o tema História da Ciberguerra. É professor do Curso Uniafro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisador de colonialismo digital, história da tecnologia, cibercultura, hacktivismo, da obra de Frantz Fanon e da história da Argélia. Membro do Coletivo Fanon, é autor de Fanon e Revolução Argelina (Proprietas, 2022) e, junto com Deivison Faustino, escreveu o livro Colonialismo Digital: por uma crítica hacker-fanoniana (Boitempo, 2023).